Classificada por Garotinho como firma de “fundo de quintal”, empresa ganha contrato de mais de R$ 1 milhão de Crivella. E sem licitação

É curioso ver como as coisas andam na política. E um contrato publicado pela prefeitura do Rio nesta segunda-feira é um bom exemplo disso.

Todos bem sabem que o ex-governador Anthony Garotinho é aliado de nosso prefeito Marcelo Crivella. Sua filha Clarissa não é secretária à toa.

Mas não é que, sem querer, Garotinho acabou profetizando uma crítica bastante atual? Explico. No dia 1º de agosto do ano passado, ele publicou em seu blog um post com o seguinte título: “Prefeito de Nova Iguaçu contratou empresa de fundo de quintal para cuidar de iluminação pública“. O alvo era Nelson Bornier, seu adversário do PMDB.

Garotinho não economizou palavras para desqualificar a empresa Ilumisul, vencedora de um contrato em 2013 para a manutenção do sistema de iluminação pública de Nova Iguaçu. Segundo o ex-governador, a firma havia sido criada em 2009 numa casa simples na Ilha do Governador. Também de acordo com o colega blogueiro, o capital da firma, que era de apenas R$ 50 mil em 2012, aumentou para R$ 1,3 milhão na mesma data da licitação realizada no município da Baixada: 20/08/2013.

Garotinho encerrava o post dizendo que a prefeitura de Bornier já havia desembolsado na época cerca de R$ 30 milhões para a Ilumisul. E clamava: “Alô, Ministério Público Estadual!”

Passada a volta ao passado, vamos para a capital e para a gestão Crivella. Nesta segunda-feira, o Diário Oficial traz um despacho do secretário municipal de Conservação, Rubens Teixeira, autorizando um contrato de R$ 1,345 milhão com qual empresa? A Ilumisul!

E olha que interessante: aquela que foi chamada no ano passado pelo aliado Garotinho de firma de “fundo de quintal” recebeu esse bom contrato no Rio sem licitação. Legal, né? Aí, meus caros dois leitores, vocês podem pensar: mas nada mais justo para uma empresa que cuida de iluminação…

Então, só para encerrar a história: o contrato que a Ilumisul vai receber da prefeitura do Rio é para a “prestação de serviços emergenciais de operação, gerenciamento, monitoramento, manutenção e conservação do Túnel da Grota Funda”.

E aí, Garotinho? Vamos cobrar dos promotores do MP para ficarem de olho?

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