Em época de protestos, recordar é viver. Então, é provável que muitos de vocês se lembrem de uma cena, registrada em setembro de 2013, de um policial militar jogando um morteiro no chão para simular um flagrante durante uma manifestação no Centro do Rio. As imagens foram feitas pelo colega Lauro Sobral e reproduzidas no site do jornal O Globo (chato ter dar crédito para a concorrência, mas fazer o quê?).
Pois bem, em junho de 2015, a Auditoria de Justiça Militar condenou o tenente Bruno Cesar Andrade e o major Fabio Pinto Gonçalves a 36 dias de prisão pela armação contra um jovem, que chegou a ser algemado pelos policiais.
Teria sido uma das poucas punições por excessos cometidos pela polícia ao longo dos protestos. Mas, na prática, isso não aconteceu. As penas foram suspensas por dois anos. Somente se eles cometessem alguma outra transgressão seriam detidos.
Desculpem botar o lide no pé, mas, como o blog é meu, eu faço o que eu quiser. Então, a cereja do bolo vem agora. Bruno Cesar Andrade – promovido a capitão em 2014 – não só não teve que cumprir com pena nenhuma como, no fim do ano passado, ainda recebeu um mimo da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu. Ele foi condecorado pelo nobre Fábio Rodilândia, com o título honorífico de cidadão iguaçuano, pelos “relevantes serviços prestados à sociedade iguaçuana”.
Fábio Rodilândia não se reelegeu. Pena.