Como a riqueza Adriana Ancelmo está de volta às manchetes nesta quinta-feira, graças a sua viagem para Curitiba para depor ao juiz Sérgio Moro, resolvi lembrar um pouco dos tempos de glamour da moça. Uma coisa é preciso dizer: ela queria gastar com qualidade o dinheiro dela (ou o meu, o seu?) com joias.
E-mails encaminhados pela diretora da H. Stern Maria Luiza Trotta, que constam num dos processos decorrentes da Operação Calicute, mostram uma ex-primeira-dama muito exigente. Durante a negociação da compra de um par de brincos, funcionárias da joalheria chegam a comentar sobre a impaciência de Adriana.
Num e-mail de agosto de 2009, uma funcionária da H. Stern encaminha a colegas a mensagem da ex-primeira-dama demonstrando bastante irritação com o uso de um modelo de pedras chamado de SI:
“SI vcs não deveriam nem ter!! Nem as piores do mercado trabalham mais com essa classificação!! É impressionante como uma loja como essa não tenha uma gama maior de opções”.
Os e-mails também mostram que nem sempre os presentes do marido Sérgio Cabral alcançavam o coração de Adriana Ancelmo. Numa mensagem de junho de 2012, Maria Luiza Trotta diz a um outro funcionário da H. Stern:
“Ela não gostou do brinco que ele escolheu. Hoje, eu fui no escritório dela com a Renata e trocamos. Diferença de R$ 150 mil. Teremos que mudar o modelo, vou fazer dois desenhos para ela aprovar, mas as pedras são melhores”.
Em outra mensagem da mesma época, Trotta relata mais detalhes do drama de Cabral na compra de um mimo para a mulher:
“Ele comprou um par de brincos de TY nv 155.000. Ficou de comprar o anel de nv 500.000 no aniversário dela em junho. Segundo a Vera, ele estava tenso e sem entusiasmo”.
Fora as siglas que não consegui entender, basicamente o que se diz é que o ex-governador estava desanimado ao comprar um anel de 500 contos para a mulher.
Apesar de Adriana ser bastante crítica com as joias, a diretora Maria Luiz Trotta também revelou e-mails com vendas de sucesso. Numa das mensagens, ela comemora que a ex-primeira-dama gostou de uma joia de “turmalinas paraíbas”, que seria levada para o marido. Nesta mesma visita, há o relato de uma compra de um “brinco de rubelitas” por R$ 28 mil em espécie.
“Lancei a venda em meu nome como vendedora e ‘cliente não quis fornecer dados’. Não comentei com ninguém”, afirmou a diretora da H.Stern, num e-mail interno.
Conforme já havia sido revelado por vários veículos de imprensa no mês passado, Maria Luiz Trotta, que está colaborando com as investigações do Ministério Público Federal, afirmou ter vendido R$ 6 milhões em joias para Adriana Ancelmo.