O deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) propôs a concessão da medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio, ao senador e colega de partido Flávio Bolsonaro. Nesta segunda (13), foi publicada em Diário Oficial a aprovação do pedido pela Comissão de Normas Internas e Proposições Externas da Casa. Nos próximos dias, o texto deve ir a plenário.
Caso seja aprovada, a medalha será a segunda concedida à família Bolsonaro em menos de seis meses da nova Legislatura. No mês passado, a primeira-dama Michelle havia sido contemplada com a honraria, também proposta por um deputado do PSL: Alexandre Knoploch. Houve apenas seis votos contrários, de parlamentares de esquerda.
Rodrigo Amorim recebeu 140 mil votos na última eleição, liderando o ranking dos postulantes à Alerj nas urnas. O parlamentar ficou conhecido pela cena em que apareceu, durante a campanha, rasgando uma placa confeccionada em homenagem à vereadora Marielle Franco. Ele ainda colocou um pedaço da placa em seu gabinete.
Witzel, cidadão honorário
Além de Flávio Bolsonaro, outro que deve ser homenageado na mesma leva é o governador Wilson Witzel. Também foi publicado nesta segunda um pedido de Amorim para a concessão do título de cidadão honorário ao atual chefe do Executivo fluminense, que é paulista. A proposta foi aprovada pela Comissão de Normas Internas e Proposições Externas da Casa.

Enquanto deve receber em breve uma homenagem da Alerj, Witzel está em pé de guerra com a deputada do PSOL Renata Souza. A parlamentar denunciou o governador à ONU e à OEA, acusando o chefe do Executivo de liderar uma política de massacre no estado. Recentemente, Witzel participou de um voo num helicóptero da polícia, de onde partiram vários disparos, em Angra dos Reis, na Costa Verde.
Deputados do PSC, partido de Witzel, reagiram e protocolaram um pedido de cassação de Renata Souza. O próprio governador declarou que a deputada deve perder o mandato.
Fim de cotas e teste de maconha
O deputado Rodrigo Amorim, que propôs as homenagens a Witzel e Flávio Bolsonaro, tem se notabilizado por propostas polêmicas no início de seu mandato. Conforme mostrou o blog, uma das ideias do parlamentar, num projeto de lei que apresentou na Casa, é tornar obrigatório um teste, por amostragem, de uso de drogas nas universidades. Quem tiver consumido maconha nos últimos seis meses, por exemplo, perderia o direito a renovar a matrícula.
Outra proposta, explicitada em projeto de lei de Amorim, é o fim das cotas raciais nas universidades do estado. Sua justificativa:
“Cotas raciais sempre dividem negativamente as sociedades onde são implantadas, gerando o ódio racial e o ressentimento das pessoas que não entraram na Universidade, apesar de terem obtido nota maior ou igual à obtida pelos cotistas nas provas de vestibular”.
Ex-candidato a vice-prefeito
A relação de Rodrigo Amorim e Flávio Bolsonaro não é de hoje. O deputado, então no PRP, foi candidato em 2016 a vice-prefeito na chapa encabeçada por Flávio, que estava no PSC.
O senador é atualmente investigado pelo Ministério Público do Rio após o Coaf ter detectado movimentações financeiras atípicas de funcionários do seu gabinete, quando ele ainda era deputado estadual.
Em entrevista publicada nesta segunda pelo Estadão, Flávio afirmou que a investigação do MP é ilegal e tem que ser anulada.
*Foto em destaque: Rodrigo Amorim posa com Flávio Bolsonaro / Crédito: Reprodução / Facebook.
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