O governador do Rio, Wilson Witzel, pretende implementar nos quadros da Polícia Militar o posto de general. Atualmente, a hierarquia da corporação conta com 14 graduações, começando por soldado e terminando em coronel. A proposta de Witzel circulou através de um áudio divulgado em grupos de WhatsApp no fim de semana e foi confirmada nesta segunda (29) ao blog pela assessoria de imprensa do Palácio Guanabara.
No áudio, que teria sido encaminhado inicialmente a membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o governador fala na possibilidade de criação de “cinco a oito cargos” de general na PM do Rio de Janeiro. Witzel afirma que levou a proposta ao presidente Jair Bolsonaro e ao comandante Militar do Leste, general Júlio Cesar Arruda, com quem participou de um evento de formatura de paraquedistas no último sábado. A ideia seria que a medida fosse tomada em nível nacional.
“Hoje (sábado), tratei com o general Arruda, com o presidente Bolsonaro, a possibilidade de criarmos o posto de oficial general de uma estrela das polícias militares. Nós temos hoje uma tropa que está envolvida num constante combate, é preciso ter uma formação do oficial general para a condução das nossas tropas. E, aqui no Rio de Janeiro, a minha proposta é criar entre cinco a oito cargos de oficial general de Polícia Militar, inclusive o comandante-geral”, diz Witzel, no áudio.
“Formação de guerra”
Também no áudio, Witzel detalha o conceito da formação dos generais que fariam parte dos quadros da PM:
“A formação desse oficial passa pelos cursos de Comando de Estado Maior das Forças Armadas, em razão da necessidade de saber enfrentar corretamente os desgastes de uma operação tão intensa como a operação de guerra que hoje vivenciamos. A vitimização do policial, o atendimento às famílias, o atendimento à própria população exigem uma formação de guerra, que nós não estamos oferecendo aos nossos comandantes”.
O áudio enviado por Witzel se insere no contexto de uma publicação feita neste domingo pelo governador em sua conta no Twitter em que criticou o debate “Desmilitarizar a polícia: segurança pública e direitos humanos”. O evento será realizado no dia 13 de agosto, na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. O propósito do evento é “debater políticas de segurança pública, violência policial e justiça criminal sob a ótica do respeito aos direitos humanos, considerando o racismo e a desigualdade estrutural como determinantes para a análise desses temas no Brasil”.

Witzel então foi além das críticas ao evento, reforçando a necessidade da hierarquia na PM, e encaixando a proposta para a criação do posto de general.
“As polícias militares precisam da manutenção de hierarquia e disciplina em razão das constantes ações policiais em terrenos com poder bélico inimigo. Infelizmente, essa é a realidade. E nós não podemos fechar os olhos”.
Menos homicídios, mais mortes em confronto
Em nota, o governo do estado confirmou a ideia da criação do novo posto, mas não deu detalhes, por exemplo, a respeito de salário:
“O Governo do Estado estuda a criação de um posto de General para a Polícia Militar com o objetivo de organizar a carreira e limitar indicações políticas nos cargos de comandante geral e de área. A ideia é que esse profissional da carreira militar passe por cursos e provas, similares aos das Forças Armadas, oferecendo base robusta e especializada na condução de tropas em situação de combate”.
Os primeiros meses da gestão de Wilson Witzel têm se caracterizado por uma diminuição no número de homicídios (2.083 entre janeiro e junho, menor patamar desde 1991) e aumento na quantidade de mortos em confronto com a polícia (881, recorde desde quando os dados começaram a ser levantados, em 1998).
Na semana passada, o governador anunciou a criação da primeira Secretaria de Vitimização e Atendimento à Pessoa com Deficiência do país. A estrutura e a data para que a nova pasta comece a funcionar ainda não foram divulgadas.
*Foto em destaque: Governador Wilson Witzel em evento com policiais militares / Divulgação / Governo do Estado
Precisa é de concursos para o cbmerj cuja tropa está envelhecida e quase não tem cabo e soldados. Há oficiais demais…