A confusão envolvendo o hospital de campanha do Maracanã, que teve os pacientes retirados da unidade nos últimos dias e protestos de funcionários que estão sem receber, ganhou mais um personagem: o Flamengo.
Nos últimos cinco dias, o clube vem tentando cobrar uma dívida, referente às contas de junho, de água, luz e gás do hospital, no total de R$ 668,1 mil. Em e-mail enviado nesta terça (21) ao Comitê de Fiscalização, Gestão e Operação do Maracanã, o gerente de Operações de Estádios do Flamengo, Severiano Braga, fala ainda em outros R$ 325 mil de julho. Ou seja, a dívida total seria de R$ 993,1 mil.
“Precisamos da definição da desmobilização das áreas cedidas, bem como demais ações no complexo. A turma do Iabas fala que não tem mais nada a fazer, a turma da Fundação (Saúde, interventora do estado), que não fomos apresentados formalmente, diz que não pode falar nada e que depende da Secretaria de Saúde e ainda diz que os fornecedores do Iabas que se entendam com eles. O que está ocorrendo é que ninguém assume nada e além do Maracanã existem fornecedores que estão sem receber pelos seus serviços prestados”, escreveu Sebastião Braga.
Contrato de abril
No início de abril, foi assinado um contrato em que o Flamengo cedeu de forma não onerosa ao Iabas o espaço do hospital de campanha, desde que a Organização Social arcasse com os custos de consumo. Em caso de não pagamento no prazo, estava prevista uma multa de 10% sobre o valor devido, além de juros de 1% ao mês.
Nesta segunda (20), o clube já havia mandado uma carta ao Comitê de Fiscalização do estádio pedindo providências:
“No último dia 17/07 fomos informados pelo Iabas da rescisão do nosso contrato em virtude do término de seu vínculo com a Secretaria de Saúde, contudo, restam 17 dias de consumo a serem ressarcidos.
Considerando o exposto, solicitamos seu auxílio para que a quitação dos débitos seja efetuada, e caso seja viável, existindo valores a serem pagos ao Iabas por qualquer órgão estadual, este seja retido em favor do Flamengo”.
A primeira reclamação partiu de uma carta do próprio presidente do clube, Rodolfo Landim, ao Iabas na última sexta (17). Com a desmobilização do hospital, que teve pacientes retirados no fim de semana, porém, não houve retorno positivo em relação ao pagamento da dívida.
*Foto em destaque: Hospital de Campanha do Maracanã / Divulgação / Governo do Estado do RJ