Irmão de “ex-assessor de tiro” de Witzel preso ganha cargo no governo

O secretário da Casa Civil do governo Witzel, José Luis Zamith, nomeou nesta terça (17) para um cargo de assistente na Fundação Centro Estadual de Estatística, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Estado do Rio (Ceperj) Cláudio Pacca Castello Branco. Ele é irmão de Flávio Pacca Castello Branco, policial civil preso em fevereiro deste ano numa operação contra agentes suspeitos de extorsão.

Flávio Pacca esteve próximo de Witzel em alguns momentos de sua campanha a governador. Após ser eleito, o atual chefe do Executivo disse ao G1 que o policial era seu “assessor especialista nessa área de tiro” e que ele estava “ajudando a montar esse cronograma, esse programa de formação dos nossos policiais de operações especiais”.

Depois da prisão, porém, Witzel negou que Pacca fosse seu consultor de segurança. Disse que o policial e sua mulher foram seus colegas na Faculdade de Direito.

Apoio a Bolsonaro

A publicação da nomeação, retroativa ao dia 12, vem logo após o PSL ter anunciado seu desembarque do governo Witzel. Cláudio Pacca se declara, porém, em sua página do Facebook, eleitor fiel de Jair Bolsonaro. Em suas postagens, também estão xingamentos ao PT e à Rede Globo e à esquerda. Numa foto publicada esta semana, de homens ajoelhados com a mão na cabeça, compartilhada da página “Direita RJ”, ele disse:

“Canalhada! Corja que adora tomar o que não lhes pertence! Merecem tiro na nuca!!”

A nomeação no Ceperj é a primeira de Cláudio no setor público estadual.

Irmão tem habeas corpus negado

Enquanto o irmão é contemplado com um cargo, Flávio Pacca continua sua luta na Justiça para ser solto. No capítulo mais recente do caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um pedido de habeas corpus do policial. A decisão foi publicada nesta segunda (16). No fim de agosto, a Justiça de Nova Iguaçu já havia tomado medida semelhante.

O Ministério Público acusa o policial de participar de um grupo que extorquiu um comerciante. A defesa alega que as acusações são frágeis e que houve violação ao contraditório no processo.

Mesmo estando preso, Flávio continua recebendo seu salário como policial normalmente. De acordo com o Portal da Transparência do governo estadual, seu salário em agosto foi de R$ 10,3 mil brutos ou R$ 6,3 mil líquidos.

*Foto em destaque: Wilson Witzel em treinamento de tiro dado por Flávio Pacca em setembro do ano passado / Reprodução / Facebook

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