Cláudio Castro exonera seis auditores que fiscalizavam gastos na Saúde

Governador do RJ exonera 6 auditores que fiscalizavam gastos na Saúde

Numa tacada só, o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro, exonerou nesta terça (28) seis auditores do estado que estavam nomeados na Subsecretaria de Controladoria Geral da Secretaria de Saúde.

A medida gera apreensão porque o órgão é o principal responsável internamente pela fiscalização dos gastos executados pela pasta. No início deste mês, o auditor Leonardo da Silva Morais, que era o titular da subsecretaria, já havia sido exonerado a pedido. Nos bastidores, comentou-se que a saída teria acontecido por causa da dificuldade na realização dos trabalhos de controle. Desde então, o cargo está vago.

Agora, foram exonerados o corregedor Thiago Couto Lage; o ouvidor Eduardo Waga; o superintendente de Governança, Conduta e Ética, Robson Ramos Oliveira; a assessora técnica Marcelle Medeiros de Souza; o coordenador de Auditoria Operacional André Lemgruber Asth; e o ajudante Luciano Batista Vilhete. Todos são servidores de carreira do estado.

Os cargos passam também a estar vagos já que não foram publicadas novas nomeações.

Dificuldade nos trabalhos

A lista de exonerações já havia sido inserida no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) no dia 16 de setembro pelo então secretário de Saúde, Alex Bousquet. No entanto, somente agora, mais de uma semana depois, foi efetivamente publicada em Diário Oficial. Na última sexta (25), a pasta trocou de comando: assumiu Carlos Alberto Chaves.

Conforme o blog mostrou na semana passada, já vinha ocorrendo também descontamento interno na Corregedoria da Secretaria de Saúde com a falta de suporte interno para a continuidade das investigações envolvendo a compra de respiradores e a construção de hospitais de campanha durante a pandemia.

Num documento enviado no dia 22 de setembro à Controladoria Geral do Estado (CGE), foi relatada “dificuldade para a continuidade dos trabalhos” voltados para a responsabilização de empresas suspeitas de desviar recursos públicos.

Também foi solicitada uma reunião com o controlador-geral do Estado já que o então secretário de Saúde, Alex Bousquet, “foi cientificado da situação e não retornou o questionamento”. 

“Substituição normal”

Em nota, a Secretaria de Saúde classificou as exonerações desta terça como “uma substituição normal de ocupantes de cargos em comissão”.

“Os cargos vagos serão preenchidos, e em breve a Secretaria de Estado de Saúde voltará a ter sua estrutura completa, inclusive na área de Controle Interno”, acrescentou.

A pasta também alegou que “as exonerações tinham ocorrido há cerca de duas semanas e os cargos já estavam vagos, hoje foram publicadas em Diário Oficial”.

*Foto em destaque: Governador em exercício do Rio, Cláudio Castro

Um comentário

  1. A quem interessa o fim da estabilidade (?)
    Se fosse o órgão de controle vocipado apenas por servidores ocupantes de cargo efetivo não haveria tamanha interferência política e sabotagem das práticas de controle.

Deixe uma resposta