Crivella exonera merendeira que chefiava assessoria criada por Paulo Messina

Em mais um capítulo do racha entre o prefeito Marcelo Crivella e o seu ex-secretário da Casa Civil, o vereador Paulo Messina (PRTB), foi exonerada nesta segunda (22) Rosemary Tristão Pereira. A merendeira perdeu o cargo de comando da Assessoria Especial de Atendimento ao Servidor, setor que havia sido criado por Messina, em maio do ano passado. Em seu lugar, foi nomeada a agente de administração Patrícia Pachoa Guimarães.

Com salário base de cerca de R$ 1,5 mil, Rosemary recebeu, no mês passado, R$ 14,6 mil brutos (R$ 10 mil líquidos), graças ao cargo a que foi alçada por Messina. Ainda nesta segunda, foi exonerada do mesmo setor a professora Ana Paula Silva Accioly, também ligada ao vereador. No mês passado, ela recebeu R$ 44,1 mil brutos (R$ 28,5 mil líquidos).

De secretário a autor de denúncias

Nomeado em janeiro do ano passado como secretário da Casa Civil, Paulo Messina permaneceu por pouco mais de um ano no cargo, sendo chamado até de “primeiro-ministro” de Crivella. Com o início do processo de impeachment, ele voltou à Câmara, em abril deste ano, para tentar barrar o prosseguimento dos trâmites de afastamento do prefeito.

Apesar das reações da oposição, Messina foi um dos três membros da Comissão Processante de Impeachment que apresentou parecer contrário ao afastamento de Marcelo Crivella. O plenário ratificou o arquivamento do processo contra o prefeito, baseado numa denúncia do servidor Fernando Lyra Reis, relativa a contratos de exploração de publicidade em mobiliário urbano.

Depois do fim do processo de impeachment, porém, Messina se afastou da prefeitura e passou a fazer duras críticas à atual gestão. No capítulo mais recente, ele denunciou uma série de obras que estão sendo feitas sem contrato, o que, segundo o vereador, “escancara porta para a corrupção”.

Rompimento por carta

O rompimento de Messina com Crivella foi anunciado no fim do mês passado. De acordo com o jornal O Globo, a decisão foi comunicada por uma carta entregue por Felipe Ribeiro Ramalho, indicado pelo vereador, que passou a responder pela Casa Civil assim que ele voltou para a Câmara durante o processo de impeachment.

Felipe Ramalho foi exonerado e, em seu lugar, assumiu o servidor de carreira Paulo Albino, que já trabalhou com a vereadora Tânia Bastos, do PRB, partido de Crivella.

Conforme o blog mostrou em 17 de abril, Ramalho tinha na Casa Civil como um de seus assessores Eduardo Pereira da Costa, que trabalhava numa barbearia no Shopping Nova América, apesar de ganhar R$ 15 mil de salário na prefeitura. Eduardo foi exonerado em 30 de abril.

Setor com quase 5 mil atendimentos

A Assessoria Especial de Atendimento ao Servidor, setor em que duas aliadas de Messina foram exoneradas nesta segunda, era considerada uma das principais ações do vereador no período em que esteve na Casa Civil. Segundo a página no Facebook que divulga o serviço, foram feitos em 2019 4.783 atendimentos para tirar dúvidas e encaminhar pendências de funcionários da prefeitura.

*Foto em destaque: Crivella e Paulo Messina juntos em vídeo gravado em novembro do ano passado / Reprodução / Facebook

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